Consumo de Energia do Setor

Tendencialmente, o consumo de energia no setor dos Têxteis encontrava-se acoplado ao volume de negócios do setor. Este acoplamento deixou de existir a partir do ano de 2011 em que houve um ligeiro aumento do volume de negócios de 4 % em relação a 2010, uma redução do consumo de energia de 36 % e uma redução de 3 % do número de empresas. Desde então, tanto o consumo energético como o volume de negócios têm geralmente vindo a aumentar, mas a taxas médias anuais diferentes, respetivamente de 1,1 % e 3,1 %. Esta diferença pode estar relacionada com alteração do mercado consumidor de têxteis, em que se deixou de produzir em têxteis em massa, para uma maior predominância de produtos de maior valor acrescentado, assim como o encerramento de unidades de produção energeticamente menos eficientes e/ou aumento do investimento em projetos de eficiência energética.

Após um pico do consumo de energia final em 2002 houve uma queda acentuada 61 % até ao ano de 2011. O aumento do consumo total de energia do setor dos Têxteis entre 2000 e 2002, foi efetuado essencialmente à custa do aumento do consumo de biomassa e de calor proveniente da cogeração, chegando a representar 24 e 13 %, respetivamente, do mix energético em 2002, sendo que no ano 2000 estes valores correspondiam a 11 e 4 %, respetivamente. Desde 2002 a representatividade da biomassa no mix energético foi diminuindo, em resultado do encerramento de muitas empresas mais antigas e menos eficientes que usavam biomassa em caldeira para a produção de vapor.

O consumo de produtos derivados do petróleo, nomeadamente, a nafta foi sofrendo um decréscimo significativo, representando em 2020 apenas 2 % mix energético do setor. A utilização de nafta para a produção de vapor é muito ineficiente energeticamente. Durante curtos períodos não produtivos, como fins de semana, a nafta deve ser mantida em circulação e aquecida para garantir uma temperatura adequada para o rápido arranque das caldeiras no início da produção.

Em 2020, o gás natural foi a principal fonte de energia final no setor dos Têxteis, representando 47 % do mix energético, seguido da eletricidade com 25 %.

O consumo médio específico de energia de uma fábrica de têxteis é de cerca de 57 MWh/t. A energia é consumida em diversas aplicações nas instalações de produção de têxteis. A seguir aos processos de tingimento, os processos de lavagem são os maiores consumidores de energia. 3

O consumo específico depende não só do tipo de processo, mas também do tipo de matéria-prima utilizada e da qualidade da fibra que se pretende. Por exemplo, a incorporação de poliésteres aumenta os consumos energéticos na lavagem porque necessita de temperaturas mais elevadas (120 °C em vez 80 °C no caso da lã). No caso da fiação, a torção tem uma grande influência, quanto maior a torção do fio, menor é a produção e maior será o consumo específico. Já nos processos de acabamento, os produtos de lã consomem mais energia do que os produtos de algodão.

A grande parte dos combustíveis consumidos são utilizados na produção de calor, cujas principais aplicações são o tingimento, a lavagem e o acabamento funcional. A energia elétrica é maioritariamente consumida como força motriz em vários equipamentos dos processos produtivos, iluminação, ar comprimido, sistemas de bombagem e sistemas de ventilação. 4

• a Nos dados do INE, relativamente ao volume de negócios e número de empresas, existe uma quebra de série/comparabilidade em 2008.