Fibras naturais

O pré-tratamento de fibras naturais vai depender do tipo de fibra processada. A lã, por exemplo, depois de tosquiada das ovelhas, passa por um processo de lavagem onde a suarda é removida por dissolução, a gordura por emulsão e as sujidades por suspensão. O algodão em bruto, como é muito mais limpo do que a lã, depois de colhido, passa essencialmente por processos de secagem e de separação do caule. As fibras são fornecidas à fábrica de fiação em fardos comprimidos. Já o linho passa por um processo de maceração, que emprega a ação de microrganismos e da humidade para dissolver ou apodrecer grande parte dos tecidos celulares e pectinas que rodeiam os feixes de fibras-base, facilitando assim a separação da fibra do caule. Para a produção de seda, o bicho-da-seda é morto com vapor e o filamento é desenrolado diretamente do casulo. Este filamento é submetido a processos de pré-tratamento para remover a goma de seda e outras impurezas orgânicas.

Fibras sintéticas

As fibras sintéticas são tipicamente extrudidas em filamentos contínuos, que podem ser usados diretamente (normalmente, depois de uma conformação ou texturização) ou cortados em pequenas dimensões para depois serem fiados num processo semelhante ao utilizado em lãs e algodões.

Existem três principais métodos para produzir filamentos contínuos (fiação primária):

• Fiação por via de fusão: O polímero é derretido num extrusor de fusão. O líquido é forçado através da abertura do fiador sob pressão e arrefecido com um jato de ar para formar o filamento. O processo de fusão é adequado para fibras termoplásticas tais como poliéster, poliamida, poliolefinas (por exemplo, polipropileno) e fibra de vidro.
• Fiação por via seca: O polímero é dissolvido num solvente, e depois extrudido através de uma fieira numa câmara de ar ou gás aquecido onde o solvente se evapora e o filamento se forma. Este filamento é posteriormente tratado com um acabamento de fiação. O processo de fiação a seco é utilizado principalmente para acetato, triacetato e poliacrilonitrilo.
• Fiação por via húmida: O polímero é dissolvido numa solução, que é depois forçada sob pressão através de uma abertura para um banho líquido em que o polímero é insolúvel. À medida que o solvente é dissipado, a fibra forma-se. O solvente pode ser dissipado por extração ou por meio de uma reação química entre a solução polimérica e um reagente no banho de fiação (fiação reativa). O solvente residual pode ser extraído por simples lavagem. Após a formação do fio e a lavagem do solvente, pode ser aplicado um acabamento de fiação. A fiação húmida produz viscose e fibras acrílicas.

Medidas e Tecnologias para os Processos de Preparação ou Fabrico de Fios